Apenas mais um dream team
Vicente M. |Imagem principal:

Crédito(s): Sony / BMG
Texto:
Them Crooked Vultures - "S/T" (2009 - Sony/BMG)
A teoria, a essa altura do campeonato, podia mesmo dar certo na prática? Em meio a truques para respirar na crise irremediável da indústria musical, a Sony/BMG recorreu à tatica dos supergrupos, dessa vez com nomes de indiscutível grandeza de diferentes eras do rock.
Reunidos, Josh Homme, Dave Grohl e John Paul Jones presumiam uma seleta fusão do que suas bandas produziram na história do rock. Na prática, o trio não conseguiu sintetizar os pontos chave de Queens Of The Stone Age, Nirvana (ou Foo Fighters?) e Led Zeppelin, embora o som genérico e pouco inspirado do Them Crooked Vultures esforce-se em justamente combinar as três "influências", sem sequer arriscar alguma inovação que pudesse ao menos desviar as atenções de trabalho tão irrelevante. Faltam no disco os riffs ganchudos e o ar irresponsável de Homme. A bateria nervosa de Grohl não encontra espaço para maiores espasmos, graças à limitação imposta pelo formato conservador das composições. E John Paul Jones, bem, qualquer outro baixista sem pedigree teria chegado em resutados bem próximos. Them Crooked Vultures sofre de um problema nada incomum em projetos como esse: bons músicos com pouco a dizer e criar naquela ocasião, o que faz com que eles recorram à experiência e ao conforto de se contentar com um rock insosso e pouco relevante. O oposto do que suas bandas oficiais representam para suas gerações, ainda mais se lembrarmos que muito do brilho de Songs For The Deaf vem da parceria de 2/3 desse combo.
Creio ser possível salvar o single New Fang (pelo fator grude) e o riff de Caligulove, isso com um esforço de desconsiderar a aura que envolve o projeto. No mais, músicas desnecessariamente longas e demasiadas conservadoras, fazendo desse encontro mais um marco de irrelevância no universo dos supergrupos.
Comentários:
Minha desconfiança de que esse disco seria exatamente assim como estás falando era tamanha que até hoje eu não o escutei... Às vezes música é que nem futebol: montam-se timaços que, em campo, simplesmente não rendem e rapidinho todo mundo esquece.
Confesso que só ouvi "por cima", mas concordo com o que foi dito!
É verdade o que o Vicente disse. Mas no acredito que o motivo de uma reuinão dessas é simplesmente a oportunidade de fazer um som sem maiores ambições. É o encontro dos pupilos com o mestre (vide a cara de satisfação de Grohl nos vídeos. E há tempos o Paul Jones estava querendo cair na estrada. Isso posto achei um belo disco. Não sei se é delírio meu, mas que a arte desse disco tem uma espécie de referencial ao Songs for the deaf. As cores usadas, a arte feita em silk. É como se eles quisessem legitimar a parada...
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