Discos que eu não ouvi - Ed. 1
Fabricio C. Boppré |Imagem principal:

Texto:
Eu vivo escrevendo aqui sobre os discos que eu ouvi: os que eu ouvi muito e os que eu ouvi pouco; os que eu ouvi na infância e os que eu ouvi esse mês, e por aí vai. Daí tive essa idéia maluca neste fim-de-semana: e os discos que eu não escutei? Me refiro àqueles que normalmente me interessariam --- ou seja, não contam os milhões de discos de artistas ou estilos que não estão entre minhas preferências --- mas, por um motivo ou por outro, eu não escutei: por que não falar sobre eles, ou, mais precisamente, sobre esse motivo ou aquele outro que me levam a, deliberadamente, não dar um play neles?
É claro que isso não deve virar uma categoria de posts periódicos tipo "Discos do mês", mas, por via das dúvidas, tasquei ali no título um "edição 1". Se eu for me lembrando de outros (o que é muito provável), eu vou publicando novas edições. Para estrear, esses são os que me ocorreram num exerciciozinho de memória de 10 minutos:
Metallica & Lou Reed: Lulu
Na verdade, a idéia de escrever isso aqui nasceu enquanto eu pensava sobre essa parceria inusitada. Eu estava lendo alguma coisa sobre o Metallica quando então aparece citado no texto esse Lulu, e me dei conta de que eu nunca escutei esse disco, e nem sinto vontade alguma de fazê-lo. Eu gosto do Lou Reed e gosto do Metallica --- gosto inclusive muito do Load, que tanta gente detesta. Então não seria natural ouvir o Lulu? Não necessariamente. Não consigo imaginar forma de isso funcionar, e olha que eu me considero bastante aventureiro e eclético em meus gostos e experimentações, mas nesse caso é meio que uma questão de universos diferentes que não deveriam interagir. E agora com o Lou Reed morto e canonizado, é também uma questão de não correr o risco de macular o seu legado, tal como eu o conheço. Por isso, eu passo.
Thermals: Desperate Ground
Os três primeiros discos do Thermals são ótimos, em especial o terceiro, o The Body, the Blood, the Machine, que eu ouvi até furar em 2006. Lembro da alta expectativa para o Now We Can See, alta expectativa seguida de um tombo espetacular, pois foi uma grande frustração, achei o disco totalmente insonso. Depois veio o Personal Life; ouvi umas duas ou três vezes e nem me lembro de nada. Ano passado eles lançaram Desperate Ground e eu não mexi um fio de sobrancelha para escutá-lo, e acho bem pouco provável que venha a fazê-lo algum dia... Só não digo convictamente que nunca o farei porque uma das coisas que a gente aprende depois de passar da marca dos 30 verões é nunca dizer nunca.
Stone Temple Pilots: Stone Temple Pilots
Esse, na verdade, eu não tenho muita certeza... Será que eu ouvi? Acho que não. Eu gosto moderadamente do Stone Temple Pilots; gosto um pouquinho mais só do Tiny Music... Songs from the Vatican Gift Shop, que vez ou outra eu escuto. Os dois primeiros discos e também o No. 4 e o Shangri-La Dee Da fazem apenas aparições ocasionais durante as playlists aleatórias da música que tenho armazenada no computador. Já esse último eu acho que nem em mp3 eu tenho, e convivo com isso na boa. É muito disco para pouca vida (e também muito megabyte para pouco HD), então às vezes temos que ser seletivos.
Chris Cornell: Scream
Ok, esse eu ouvi sim, confesso. Mas preferiria não ter ouvido. Preferiria passar um semana inteira ouvindo Audioslave do que ser obrigado a escutar isso novamente, nem que fosse uma única vez. Esse disco não é só indefensavelmente ruim: ele é ruim e ele torna ruim muita coisa ao redor dele, é um fenômeno espantoso. É por causa desse disco que não consigo me empolgar com a volta do Soundgarden, não consigo achar muita legitimidade nessa reunião... Inclusive por muito pouco esse disco recente do Soundgarden não poderia estar aqui nessa lista, e seria culpa total deste Scream.
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